Uma das coisas que mais gosto é ler revistas antigas do segmento da
Faixa do Cidadão e
radioamadorismo, e o interessante é que mesmo naquela época já existia uma legislação que "fiscalizava" o segmento. Era bem precária na questão de exigência comercial de
rádios homologados para venda, mas desde que
a loja estivesse pagando os tributos, tudo bem. A fiscalização era ostensiva
nas Estações, no controle do "tipo de pessoas" que utilizavam o espectro, não nas
lojas, e essa pressão que existia era devido ao modo político da época, e claro, a ausência de tecnologia. Desorganização compreensível, afinal, estamos falando da saudosa época da máquina de escrever, mimiógrafos e arquivos manuscritos...
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Revista Eletônica Popular |
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Revista Eletrônica Popular |
Para ingressar na
Faixa do Cidadão era necessário fazer alguns testes de conhecimento em legislação e ética operacional, o mesmo teste aplicado em radioamadoes classe C hoje, prática que infelizmente foi abandonada. É por este motivo que à época,
radio-operadores e
radioamadores eram, em suma, considerados praticamente a mesma coisa, o conceito era mais político-intelecto-moral.
Anos depois, após a isenção dos testes para operar na Faixa do Cidadão -
Final da Ditadura Militar no Brasil -, houve uma dicotomia de conceitos, mas antes, para se tornar radioamador, a principal exigência era comprovação de trocas de Cartões QSL. Ou seja, se você comprovasse que fez "X" contatos em CW com alguns países, a reciprocidade da troca de cartolinas endereçadas às Labres, em seu nome, somada ao teste de conhecimento em radioeletricidade, legislação, redação e ética operacional o habilitava, e dessa forma, inúmeros
radioamadores foram surgindo, mas isso é historia para outro post.
Na foto abaixo fica claro que os produtos variam desde o uso para
Faixa do Cidadão até à
faixa de amador.
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Revista Eletrônica Popular |
É fato que nessa época "a única entidade que lutava pelos direitos dos radio-operadores (em geral) era a Labre", pois a pressão militar era forte, e tentavam a todo custo impedir todo tipo de comunicação, ainda mais comunicação sem controle, impondo a não liberdade de expressão - política social repressiva, que tinha como linha de frente o DOPS - Departamento de Ordem Política e Social -; outro motivo pelo qual era necessário, para se tornar radio-operador/radioamador, a aplicação de testes de conhecimento, pois se não tivesse o argumento, a desculpa do uso técnico do espectro, teria realmente sido tolida/impedida quaisquer destas práticas. Entende o julgamento de valores?
Enfatizo que se a Labre não existisse à epoca, o radioamadorismo hoje seria algo utópico no Brasil, ou, seria algo totalmente diferente.
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Revista Eletrônica Popular |
É claro que os tempos são outros, e que a Labre, como entidade, perdeu seu papel representativo, mas que fique explícito o eterno agradecimento para com esta instituição em nossa história.
Abraço a todos!!!
Clique aqui e leia a Parte 2
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André Luiz Cordovil Possato
73s
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OFERECIMENTO: RM ITALY
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