2º linha?

Um grande amigo do Rio de Janeiro, o nobre companheiro radio-operador Bartolomeu, ao telefone me disse que um de meus comentários criou certo desconforto na faixa, foi a respeito do Voyager VR 158 EGTL DX segunda linha. Disse que o pessoal ficou curioso, então por respeito a você, leitor, aqui vai uma postagem sobre este assunto, desta forma você não corre risco de ser passado para trás.

A questão não é bem essa, veja bem, não existe 158 EGTL DX segunda linha, existe equipamento refurbished. O problema é que minha denúncia serviu de alerta tanto para quem compra, quanto para quem vende equipamento, então os picaretas se muniram do conhecimento básico do comprador, que eu passei a vocês, e estão usando este artifício como muleta.

Você leu a denúncia feita por nós, logo abaixo sobre a picaretagem no Paraguay?

Acho bom que leia, e leia bem devagar, depois volte e continue aqui, de onde parou.

O assunto é justamente esse, equipamentos reformados vendidos como novos, o que não significa que é segunda linha, significa picaretagem.

Infelizmente, esta informação você só vai saber se abrir o rádio e verificar um adesivo meio redondinho verde, branco ou amarelo bem no centro dele. Se estiver escrito 158, ou 158 ok, a caneta, sem nenhuma rasura, o rádio é zero zero zero, se tiver alguma rasura, letra incompreensível ou algo diferente, é refurbished.

Foi usado, devolvido com defeito pelo cliente; provavelmente o defeito era portadora em SSB ou desvio de frequência, foi reformado a moda boqueta e devolvido ao mercado para ser re-vendido como novo.

Este adesivo no centro do circuito impresso é colocado na linha de montagem das fábricas na China, mas nada impede que a partir desta data (hoje) os técnicos boquetas da região paraguaya substituam este adesivo, colocando um novo, justamente nas condições mencionadas. 

Se você disser que o equipamento possui aquele lacre escrito WARRANTY VOID IF SEAL IS REMOVED, eu digo que compro o cento deste adesivo/lacre a 50 reais, então, lacre não quer dizer absolutamente nada.

Ao adquirir seu rádio, verifique o funcionamento, observe se o mesmo está com portadora em SSB. O companheiro do Rio de Janeiro, Antônio do Méier, deve estar de saco cheio de consertar isso, é um defeito simples, o ruim é quando este defeito está aliado ao desvio de SSB junto ao frequencímetro. Eu digo que a cada 10 rádios que surgem na minha bancada, 7 estão com problema de portadora em SSB, desses 10, um está com problema de desvio de frequência, e a solução é a substituição de peças muito complicadas de serem encontradas, e apenas 2 destes 10 eu faço o Upgrade sem maiores problemas.

A melhor arma conta picaretas é a informação, então, sabendo disso, leve seu rádio em um técnico de confiança para averiguação destes detalhes, pois uma simples portadora em SSB pode ser um sinal típico de estreitamento de largura do filtro de passa faixa, (dica com linguagem só para técnicos), e se o problema for este, companheiro, se prepare para perder longas horas no equipamento.

Ajustar equipamento com frequencímetro não é brincadeira, ainda mais quando surge defeito assim.

(As fotos são de um Superstar 3900 EFT que ficou submerso 18 dias em uma enchente em Friburgo RJ, e o rádio foi recuperado e funciona perfeitamente)


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