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sábado, junho 30, 2018

Modulação insuficiente ou pouco áudio?

É necessário entender alguns conceitos básicos sobre o tema para que possamos fazer um link com o assunto desejado, e de acordo com o desenvolvimento do texto, a intenção é aproveitar essa contingência e adicionar informações pertinentes para facilitar o seu entendimento. Portanto, começamos com uma pergunta:

O que mais incomoda um rádio-operador é a modulação insuficiente ou o "pouco áudio" do 
transceptor?

Por experiência empírica, alguns equipamentos têm sim áudio baixo se comparado com outros (lembrando que algo é bom ou ruim por comparação), é uma característica de cada marca e modelo ter suas peculiaridades, e isso vai desde a aparência - que é um juízo de gosto, até a potência - que é um juízo universal. Todos os equipamentos têm seus pontos fortes e fracos; não existe equipamento perfeito, que tenha tudo, e se houver, de repente você vai achá-lo feio 😂, ou vai inventar uma função que ele poderia ter e que não tem. Fato, sendo enfático mesmo, é que agradar a todos é uma tarefa muito complicada, então é mais fácil personalizar o equipamento, deixar cada rádio à gosto do cliente, e como diz a tirinha abaixo, ...

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Para quem é das antigas, vou aproveitar o gancho e fazer lembrar de um transceptor clássico do início da década de 1980, o Cobra 148 GTL DX MK1, em que, para solucionar um déficit de áudio nesse transceptor, a Cobra Dynascan Corporation decidiu instalar um pré-amplificador no equipamento, e esse recurso funcionou muito bem, virou moda e viralizou.
Fazendo uma breve analogia dessa situação, se por acaso você estivesse em sua casa, conversando com alguém que estava utilizando um rádio Cobra 148 GTL chegando S3, e essa pessoa substituísse o Cobra 148 GTL pelo Cobra 148 GTL DX, ela continuaria chegando S3, a potência dos dois rádios é a mesma, mas com o 148 DX ela chegaria com áudio +30. Ou seja, um pré-amplificador na entrada de áudio não só resolveria o déficit de áudio, como também aumentaria a possibilidade do radio-operador de ser escutado, de fechar contatos difíceis à longa distância, e como as boas práticas são propagadas - copiadas, essa técnica viralizou. Isto é, após a descoberta dessa melhoria, era quase que uma "regra geral" que todos os transceptores que fossem alterados (por técnicos), nessa época, seja na alteração em quantidade de canais ou mesmo em potência, que fosse também adicionado ao circuito um pré-amplificador a mais de áudio. A bem da verdade, essa prática é muito comum até hoje por alguns técnicos.
Claro, a utilização do pré-amplificador tem prós e contras (na minha opinião, mais prós do que contras).
  • Vamos começar pelos contras: 
Em transceptores que não possuem controle de ganho de microfone, a instalação de um pré-amplificador de áudio extra "é um problema", porque você não pode dosar a quantidade de áudio admitida no transceptor de acordo com a necessidade, e o "ruido branco" vai invadir a modulação, e vai ficar uma grande merda para quem está escutando. Um outro detalhe é a qualidade do conjunto microfone, se o cabo estiver bem desgastado ou se os fios estiverem oxidados, não vai prestar. Áudio é o "suprassumo" de um equipamento...
  • Falando dos prós:
Acredito que adicionar um pré-amplificador melhora substancialmente a quantidade de áudio em equipamentos antigos, melhora mesmo, de verdade, é o exemplo citado acima, do Cobra 148 GTL DX, melhora substancialmente.
É importante salientar que essa alteração funciona melhor em rádios antigos e originais, cuja potência não foi alterada. Já nos transceptores atuais, mosfets, não há a mesma necessidade da instalação do pré, pois, por incrível que pareça, a saída de potência dos transceptores da Faixa do Cidadão que possuem saídas mosfets, possibilitam que a transmissão ocorra mais livremente. Os transistores suportam mais calor, o áudio é mais claro, enquanto nos rádios mais antigos, com transistores bipolares, o áudio transmitido é um pouco abafado, e esse problema foi sanado com os novos transistores IRF520.
Particularmente acredito que a solução tenha ocorrido de forma acidental, e que esteja na configuração do PA, que no caso dos mosfets, trabalha com um sinal de acionamento bem menor. Nos mosfets há, inclusive, um risco de realimentação no PA, pois qualquer sinal mínimo é capaz de realimentar a saída e gerar uma portadora, enquanto nos equipamentos cujo PA é composto por transistores bipolares, o acionamento destes se dá por conta de uma tensão mais elevada, e a corrente e em consequência o calor excessivo  podem gerar uma compressão na transmissão desse áudio, além disso, podem ocasionar um desgaste prematuro nos capacitores eletrolíticos, o que explica a qualidade de áudio comprometida; lembrando que o espectro em frequência do sinal AM possui uma frequência central (Fp) e duas bandas laterais. A banda lateral esquerda (LSB) e a banda lateral direita (RSB) que devem estar em equilíbrio.
Continuando...
Nos equipamentos novos - mosfets - você pode optar sim por adicionar um circuito de pré-amplificação, mas vai notar que o controle de ganho de microfone ficará +- em 11 horas, ou seja, você não vai conseguir administrar um ganho substancial de áudio, uma vez que o rádio, nessa nova construção, já é bem resolvido, e vai concluir que o que vai adicionar à transmissão é, na verdade, ruído branco, e definitivamente não é isso que você quer.
Detalhe...
Se o seu rádio tem controle de potência, e esse controle atua em SSB, aí a coisa muda de figura, porque um pré-amplificador sendo utilizado em AM com a potência do transceptor em 30% representa a analogia do Cobra DX comentado acima, mas se você abrir a potência, vai suprimir a portadora e o áudio vai cair a qualidade, sendo necessária a instalação de um TopGun Modulator, que vai funcionar como um impulsionador do sinal de modulação, para que a portadora gerada pelo áudio não seja suprimida.
  • Até o parágrafo acima, estávamos falando de quantidade de áudio, e daqui para frente, vamos falar em modulação. Há aqui, uma dicotomia.
Modulação em amplitude é a forma de modulação em que a amplitude de um sinal senoidal, chamado portadora, varia em função do sinal de interesse, que é o sinal modulador. A frequência e a fase da portadora são mantidas constantes  em um circuito original, o que não é engessado no TopGun Modulator.
Falando em linguagem do senso comum e fazendo o máximo para ser compreendido, nos parágrafos anteriores falamos em quantidade de áudio seguido de qualidade, agora, falando de modulação, você vai entender que a modulação é "a forma em que essa quantidade e qualidade de áudio é transmitida".
A voz, ao se chocar com um microfone, a compressão e descompressão das moléculas faz com que o diafragma do microfone oscile, e essa oscilação é transmitida ao transdutor do microfone que, por sua vez, gera a diferença de potencial e causa uma corrente alternada. O resultado final é o sinal de áudio. Então você compreendeu que áudio é corrente alternada... até aqui tenho certeza que você entendeu.
Sigamos...
Quando você aciona a portadora, o transceptor emite (transmite) o sinal que você está gerando (leve em consideração as alterações que você fez no áudio do rádio), então o equipamento vai transmitir essa portadora junto com seu áudio, mas com um detalhe, essa transmissão acontecerá "dentro de um limite cuja determinação desse limite se dará pelo tipo de modulação que seu rádio está configurado para ter".
  • Como assim?
Se o seu rádio é original, com 10 watts por exemplo, todo o conjunto: portadora + áudio se dará dentro desse limite de 10 watts, e além disso, para que haja qualidade na modulação, a senoide não poderá estar na zona de saturação, que visualizado no osciloscópio, essa zona de saturação nos remete a uma "onda quadrada" da eletrônica digital. Estando a modulação consoante com a qualidade, ou seja, fora da zona de saturação, seu transceptor estará muito bem preparado para encarar contatos a longa distância, mesmo com a potência baixa de 10 watts, pois, tão importante quanto ter qualidade e quantidade de áudio, é ter qualidade no transporte desse áudio.
O áudio sendo transportado em zona de saturação altera a qualidade do que é transportado, fica rasposo, perde a clareza.
  • TopGun Modulator
Possibilita que esse limite mecânico de 10 watts (exemplo) imposto pelo equipamento, possa ser flexível, e flexível de acordo com a demanda. Isto é, se a portadora está ajustada para 10 watts, mas ao transmitir, sua voz necessita de 45 watts ou 60 watts, o TopGun Modulator vai possibilitar a corrente necessária para que seu transceptor possa alcançar essa potência REAL, sem alterar a qualidade do transporte desse áudio. Ou seja, sem deixá-lo na zona de saturação. Então você terá uma qualidade de áudio previamente construída pelas modificações que você escolheu, e o transportador desse áudio possibilitará qualidade mantida e reforço nessa entrega. Quando cito "de acordo com a demanda", é porque neste caso, se seu rádio está ajustado com 10 watts + TopGun Modulator, quando você não estiver falando ao microfone, o transceptor estará em seu estado inicial de 10 watts. Se gera demanda, sobe potência e sinal, se não gera demanda, não altera nada.

Entendeu agora que áudio baixo ou alto é uma coisa e modulação é outra completamente diferente?
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