Seguidores

sexta-feira, maio 09, 2014

EMERGÊNCIA, APRENDA O QUE FAZER, PASSO A PASSO (Parte 3, por Silair Xavier PY4UBA - ARUR)

RADIOAMADORES E SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA.
FOTO DO DIA DE CAMPO DE 11 METROS
Tenho observado, desde nossas operações nas enchentes de Guidoval, que quando se fala em operar Estação em calamidade, grande parte dos Radioamadores  tem interesse, mas quando se convidam estes mesmos colegas para um treinamento , ou atividade em que se tratará do assunto, muitos se recusam em participar.  
Fico pensando: qual será o motivo? 
Durante o acontecimento acima citado, não me faltaram voluntários, porém, precisei, antes de um colega assumir o posto, chamá-lo e instruí-lo com detalhes sobre como deveria ser a operação.  Não que eu estivesse preparado para aquela situação, mas na qualidade de pertencer aos quadros da Secretaria de Segurança Pública, já estava acostumado com protocolos de comunicações oficiais e com o relacionamento com as autoridades envolvidas, e isso é muito importante, o saber proceder.

           Passado o primeiro embate, em que fomos no improviso e, graças a Deus conseguimos dar conta da missão que nos foi atribuída,  na qual utilizamos equipamentos arcaicos (bateria já bastante usada e substituída no repetidor), e "perigosos como um gerador a gasolina movido a bujão de gás". Levamos nossos rádios de uso pessoal; houve instantes em que foi necessário emprestar  estes equipamentos para que o pessoal do Estado pudessem usá-los, já que não tinham equipamento de reserva que pudesse operar nas frequências de uso de aviação. Tínhamos apoio aéreo, e nesse instante, "como valeu aquele HT com a frequência aberta", permitindo uso fora das faixas de amador.  Temos que nos prepararmos para novas missões.  Temos que fazer nossos planos de contingências, para que uma vez acionados possamos executar nossa missão a nível profissional.    O fato de sermos Radioamadores significa que amamos o que fazemos e, não tenham dúvidas, temos mais bagagem de conhecimento que quaisquer funcionários, sejam municipais, estaduais ou federais, quanto a comunicações, pois dominamos técnicas modernas de comunicações digitais que eles nem imaginam que existem.
             Já temos nossa sede com espaço para reuniões, aulas e palestras. Em breve devemos fazer instruções de como se operar as estações, padronizando nossas operações com as dos colegas do Sul, Região Serrana do Rio e Pessoal do Espírito Santo.    Necessitamos colocar na garagem um veículo, equipado com Estação de rádio completa, desde rádios, antenas, modens, computador ou tablet, bateria 150 A, gerador a gasolina  e, sendo importante, que tenhamos recurso para manter este carro.      É necessário a compra de rádios diversos, desde operação base HF, VHF\UHF  a HT dual band; já doamos nosso tempo com dedicação, agora é hora  do Estado nos dar recursos para desenvolvermos nossos trabalhos.    Aqueles que nos honraram com a presença no Simpósio Radioamadores e Defesa Civil aqui em UBÁ, puderam ver o grande interesse  das autoridades municipais:  tínhamos um Secretário Municipal da Defesa Civil de um município distante que estava interessado em nossos conhecimentos; Coordenadores da Defesa Civil  de diversos locais, que puderam ouvir as palavras do Sr. José Bizinot, representando o CENAD,  do Ministério da Integração Nacional, RENER,   que em suas palavras demonstrou-se surpreso com nossos preparos, tecnologias, o que nos deu um bom alento para nossos trabalhos.

          Agora me dirijo a você amigo que está lendo estas linhas, você que tem vocação para fazer a diferença: 
Saiba que a Lei 12.608\2012, colocou você dentro da Defesa Civil municipal.   Apresente-se ao coordenador da sua cidade, posso lhe dizer que ele ficará feliz com seu apoio, pois quase na maioria das cidades deste enorme Brasil, a Defesa Civil ainda está só no papel e o coordenador encontra-se só, e ainda pior, as vezes fazendo também outras atividades estranhas a função.  Resumindo, para que a coisa possa funcionar, é necessário que a sociedade civil se apresente e não espere que o Estado faça tudo, pois Defesa Civil somos todos nós, e pelo menos na área de comunicação podemos dar conta do recado.    

Nosso amigo Bira, de Teresópolis, na região Serrana do Rio de Janeiro, teve uma iniciativa ímpar. 
Tendo em vista o grande potencial representado pelos operadores da Faixa dos 11metros, lançou mão oficialmente de um projeto, fazendo com que amantes do rádio fizessem parte integrante da Defesa Civil de Teresópolis.    Aqui em nossa região, Minas Gerais, com o apoio do André (Alemão) de Juiz de Fora, temos aos poucos preparado nossos colegas onze metristas;  já estamos indo para o III Dia de Campo de 11Metros, que além de promover uma integração regional, quebrando o mito da mosca branca (contato em médias distancias), tem levado o pessoal a praticar a operação em situações adversas, acampamento, energia portátil (baterias) e kits de emergência, adestramento na montagem de antenas, e o que é necessário , o hábito de anotações de contatos, horários, etc.

            Infelizmente, estudiosos do Clima apontam para um quadro nada agradável  para os próximos  anos, digo no que tange à reação da natureza, que a anos está à deriva e descuido do homem, portanto, temos que ficar em estado de alerta, pois se vocês observarem, a cada ano acontece um desastre num lugar diferente,  não tem passado um final de ano que uma de nossas regiões não seja atingida, então, que não sejamos pegos desprevenidos,  e que façamos nossos planos de contingências, deixando nossos equipamentos preparados, pois já temos provas por demais que os meios de comunicações usados pelos nossos órgãos de segurança nesta hora entram em pane, e por mais de uma vez, coube aos ditos ”ultrapassados e obsoletos” nas palavras de alguns,  não nossas,  Radioamadores, darem cabo a missão de fazer as comunicações, tão essenciais ao gerenciamento da crise. 
Lembre-se: Uma guerra nunca foi ganha com o poder de fogo, e sim com o setor de comunicações que pode monitorar o inimigo e articular as ações do comando.

Silair Xavier
PX4A 8183   PY4UBA        Presidente da ARUR

Sub. Diretor da Labre MG região da Zona da Mata

3 comentários:

troll disse...

muitos não gostam do bira
se voce perguntar novamente agora poderá ser diferente
quais os dias que você faz essas operações ?
Paulo Henrique
PX1W8466
Teresópolis rio de janeiro

André Luiz disse...

Paulo Henrique, é totalmente desnecessário seu comentário a respeito do Bira, mesmo porque, opinião e gosto não se discutem. Me faz esse favor, guarda sua opinião sobre pessoas e foca no principal que é a matéria, ok?!

Vai sair a data e te garanto, participo sempre. Por aqui estamos sempre fazendo esse tipo de coisa.

Unknown disse...

recebi um e-mail da ARUR (associação de radio amadores de uba e região) sobre o 3 dia de campo de 11 metros:

AGOSTO – 09 e 10 – III Dia de Campo de 11 Metros – 18:00 horas às 08:00 horas; (2014)

Você chama e não chega?

Postagem em destaque

Consertando e ajustando pastilhas de wattímetro Bird

"Para aqueles que acham que este instrumento é incorruptível", é bom saber que os wattímetros Bird usam elementos removíveis, cha...

→ WATTÍMETRO BIRD - SAIBA TUDO

APAGOU O PAINEL DO HANNOVER? Leia ↓

Não estamos tratando do painel LCD. Se as informações no LCD sumirem, basta clicar em Func e em seguida DW que é imediatamente reabilitado.

O painel Newligth (de letrinhas) do seu rádio Hannover (ou similares) está cada vez mais fraco, ou simplesmente não acende mais?

Algumas coisas você pode fazer "para evitar", para impedir que isso ocorra, então a primeira dica está na monitoração da fonte de alimentação ou, no caso de Estações móveis, o alternador.

Picos acima de 14v literalmente queimam o circuito que mantém o painel aceso, e para fazer essa leitura, "somente confie" se tiver em mãos um multímetro com congelamento de picos (Leitura Hold). Em ambos os casos se faz necessário essa monitoração. Então já sabe, o que causa a perda do recurso Newligth neste equipamento é falha na alimentação, o excesso de voltagem. Fique de olho, e mantenha em dia a manutenção de seu veículo ou fonte de alimentação.