Neste post vamos abordar inicialmente como se dava o mecanismo de fiscalização e outorga, remetendo nossa postagem à 1957.
Entre comigo na máquina do tempo...
Para se tornar radioamador neste período, o candidato prestava prova de conhecimentos em telegrafia na Agência Nacional de Correios e Telégrafos, e procedia o restante das provas - redação, radioeletricidade, ética e legislação - na Labre de seu Estado. A agência dos Correios tinha papel fundamental à época. A posterior transferência de aplicação de testes em telegrafia para a Labre se deu por conta de interesse em aumentar o número de associados. O interessante, além desta informação que pode parecer novidade para muitos - a questão da aplicação de provas nos correios, era o mecanismo de fiscalização, cujo método foi herdado dos alemães na Segunda Guerra Mundial. Mas vamos falar primeiro sobre homologação dos rádios para faixa de amador.
Quando o radio-operador adquiria um transceptor, a primeira coisa que ele era obrigado a fazer é levar seu rádio, recém adquirido, até a Agência dos Correios. Na Agência, o solicitante comprava um selo, pagava um imposto e colava o selo atrás do rádio. A compra do selo validava como holologado o equipamento. Por isso, quando você tiver acesso à rádios antigos, é normal encontrar alguns selos colados na parte posterior do rádio, como nos relata
Eduardo Pequeno Martins, PY4RJ - Belo Horizonte MG.
Você acha que é impossível saber se existe alguém corujando alguma frequência?
Se disse que é imposspível, está engando.
O exército alemão utilizou uma forma muito inteligente capaz de saber exatamente onde existiam radioescutas clandestinas. Este método se dava através de viaturas com longas antenas, e o equipamento capaz de descobrir estações corujas é chamado de
PARASET. Lembrando que este método era utilizado no Brasil, e foi herdado dos alemães.
PARASET possui um sistema oscilador, é um "transceptor regenerativo" de 6v. O discreto transceptor emite um sinal de +- 4 watts, e o operador/fiscalizador gradativamente baixa a potência até +- 800 miliwatts, desta forma o transceptor do radioescuta mais próximo gera uma portadora, e o próprio PARASET identifica onde vem essa transmissão/portadora clandestina com um apito. Como é regenerativo, ele é capaz de gerar este sinal no rádio "do outro". O PARASET não foi "inventado" para esta finalidade, mas foi utilizado para este fim.
O exército Alemão, quando descobria locais de radioescuta nestas condições, já invadia a edificação metralhando todos. Este mesmo método de espionagem também foi amplamente utilizado no Brasil nos anos 50.
Como percebeu, fiquei devendo informações a respeito da
AMPX, mas os detalhes ficam para o próximo post, aguardem!
Parte 1
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