Como explicado no
último post, a censura TOTAL de TODOS os meios de comunicação se dava a partir de instituições de fiscalização do próprio Estado, tendo como objetivo principal silenciar qualquer forma de expressão contra o governo. A censura no regime militar foi um dos elementos mais marcantes da severidade do regime autoritário que governava o país à época. O povo brasileiro era controlado pelos órgãos do governo, que tentavam transparecer a paz e a estabilidade social no país, tendo como sustento o desenvolvimento econômico. Essa era a desculpa.
Só para lembrar, os militares assumiram o poder no país através de um golpe que derrubou o então presidente João Goulart - Jango - no ano de 1964, e teve o ponta-pé inicial aqui, em Juiz de Fora, no dia 28 de março de 1964, quando se reuniram os generais Olímpio Mourão Filho e Odílio Denys juntamente com o governador do Estado, Magalhães Pinto. A reunião visava estabelecer uma data para início da mobilização militar para tomada do poder, a qual ficou decidida como 4 de abril de 1964.
Mas Olímpio Mourão Filho não esperaria até abril para iniciar o golpe, ainda no dia 31 de março tomou uma atitude impulsiva, partindo com suas tropas de Juiz de Fora para o Rio de Janeiro por volta das três horas da manhã. O general Castello Branco ainda tentou impedir o levante ligando para Magalhães Pinto, segundo o militar o movimento ainda era prematuro, entretanto, não tinha como segurar, e o resultado disso todos nós sabemos...
Voltando à censura, porém, em sua época mais ostensiva (entre 1980 e 1984), José Luiz Ures, à época operador da Faixa do Cidadão e hoje Radioamador - PY1JU, (testemunha ocular do órgão censor de Benfica RJ
comentado em post anterior), nos relata que ocasionalmente desaparecia um radio-operador aqui ou ali, e ninguém tinha resposta do que havia ocorrido.
Segundo o mesmo, o radio-operador, como via de regra, respeitava muito os limites impostos do que não poderia discutir no rádio, como:
política, religião e futebol, e quando tinha notícias do desaparecimento de algum companheiro de rádio, já supunha o que havia ocorrido. O lado B dessa história, também como foco na própria cidade mineira de Juiz de Fora, estão os atos da Faixa do cidadão, à qual você terá oportunidade de
conhecer, só que a surpresa é para o próximo post.
A história da
AMPX. (1981)
Aguarde...
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