É imensa a variedade de rádios que foram introduzidos na Faixa do Cidadão desde os anos 80, mas o que chamou realmente a atenção à época foi o rádio Emperor TS5010, equivalente hoje ao Hannover BR9000. Ambos com ótima sintonia, potência original razoável e design interessante, mas vamos ao que interessa, os contras...
Sabemos que tudo o que é completamente diferente daquilo que estamos acostumados, a princípio, causa certa negação, certa recusa, e a ausência de segurança em possuir um produto cujas peças de reposição eram uma incógnita, e ainda por cima sem homologação, fez deste modelo (TS5010) uma sombra à parte do que havia disponível no mercado, nada além disso. É uma pena, pois naquela época, este rádio era realmente o mais interessante.
O lado negativo ainda é o transistor de saída; extremamente caro, e difícil de ser encontrado. Comercialmente indisponível, encontrado somente no mercado negro (E só se tornou acessível por conta da internet).
A placa de circuito e PLL limitvam quaisquer alterações, justamente numa época em que chucrutar os rádios estava em alta, então, será que a repulsa "preconceituosa" inicial não tinha um pouco de razão, seguindo a lógica de uma sociedade que curtia personalizar o próprio equipamento?
O último argumento pode não parecer válido, pode não ser desculpa, mas é o que aconteceu, então cabe apenas fazer o relato.
Atualmente os usuários sentem a mesma repulsa a respeito do Hannover BR9000, mas eu diria ser um sentimento sem razão. Não adianta ignorar ou fazer vista grossa, o Hannover BR9000 está na frente se compararmos os recursos que os concorrentes oferecem. É claro que a quantidade de transceptores Voyager ainda é, e por muito tempo será, líder de vendas, indo exatamente na contramão da legislação, o que deixa forte e clara a recusa pela tecnologia SMD. Neste caso, o problema não é encontrar transistor de saída ou peças de reposição, é encontrar quem faça algum tipo de serviço além do básico... uma estação de solda e dessolda é caro, imagina um monitor de serviço.
A discussão não é por conta do produto ser chinês, chinês por chinês todos são, a China é o maior polo tecnológico do planeta, mas o que causa essa repulsa inicial é a consciência que o consumidor tem, de que o produto, mesmo oferecendo belo design, recursos e homologação, após o término de garantia, caso apresente algum problema mais sério, vai para a lixeira. Algo que não se vê nos modelos totalmente analógicos. Canso de mostrar vídeos apresentando o Hannover BR9000 sem o básico, que é pasta térmica nos transistores (clique aqui e confira), então o que dirá os outros componentes principais.
Portanto, não que eu esteja convencionando o que seja ideal ou não, mas o fato é que essa recusa inicial acaba por ser uma vantagem extra para o consumidor, pois inibe que algo tecnicamente mal produzido ou elaborado em desacordo com o mercado seja tratado como produto de ponta, quando observamos que não é. Eu gosto e tenho um Hannover BR9000, mas longe de mim dizer que é o melhor rádio; em recursos é, mas sem upgrade esse produto se torna um risco. (espúrios, desajustes, etc...)
Voltando à discussão, ambos equipamentos são toleráveis de um ponto de vista técnico, mas o novo, para realmente substituir o "velho", ainda tem muito que melhorar.
Que venha o Cobra tipo exportação 80 canais, ou mesmo o UNIDEM... (dica...)
73s
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